Desenhada para ser casa de veraneio da família, o projeto tira partido da vista do lago e do pôr do sol. Um hall de entrada destacado por sua coloração ocre alaranjada salta em meio aos volumes brancos e os une. Mostrando sua função através de sua cor, forma-se uma implantação de dois retângulos perpendiculares. Sendo também espaço de circulação, ele direciona imediatamente os fluxos para o bloco maior, destinado à área social e íntima ou, se preferível, ao volume que guarda os espaços de lazer. 

À pedido dos clientes, que queriam um espaço para expor a sua numerosa coleção de arte, o pavilhão maior é composto por uma generosa área social que abraça a convivência mas também o desejo dos moradores, recebendo quadros e esculturas.  À medida em que se avança rumo aos quartos, o ambiente se afunila, então, para uma verdadeira galeria, reservada e com um segundo espaço de descanso e contemplação.

Em contraste à esse ambiente de entrada aberto para paisagem, com caixilhos totalmente recolhíveis, mais ao fundo e privados, estão os quartos dos filhos que, em busca de individualidade, são divididos em três blocos distintos, visualmente notável na fachada por uma distância de um metro e meio um do outro. Esses “respiros”, por assim dizer, geram, além de movimento interessante de volumes, uma dinâmica mais agradável para os acesso aos quartos, oferecendo uma pequena amostra da paisagem à medida em se avança o percurso.

Coroando essas sutilezas de aberturas e distanciamentos, está uma laje revestida em madeira e suportada por pilares metálicos que, distanciando-a do resto dos volumes, adquire leveza e movimento próprio através de sua independência do conjunto e suas laterais abauladas.