Única residência nesta pequena praia do litoral norte de São Paulo, esse projeto insere-se em um pequeno platô que dá as costas ao inclinado relevo e densa mata da serra que, como num anfiteatro, se fecham num abraço às areias da praia das Conchas. 

A casa inspira-se nas diferentes alturas do morro a fim de dialogar com a paisagem e não se perder em escala. Atrelados por uma mistura de linguagem contemporânea e tradicional, ambos os blocos estão elevados do solo e reservam, abaixo, os dormitórios dos caseiros, garagem e espaços de serviço. 

Na parte mais alta da topografia, um volume guarda os seis dormitórios sobrepostos e, à medida que o terreno desce, um segundo corpo destinado à área social se coloca linearmente, acompanhando a silhueta do terreno. Este pavilhão abre-se estrategicamente para as frestas da mata e vistas emolduradas das ilhas no horizonte. A estrutura metálica que o sustenta e que poderia remeter a uma ossatura de baleia, partiu da vontade dos proprietários que tinham o desejo de “um telhado com telha”. Pensada para permitir o rasgo na cumeeira, minimizando a diferença de luminosidade entre o interior e o exterior, a luz dança anunciando a passagem do tempo.